sábado, 21 de maio de 2011

Tango de Pedras!


Este tango que ainda toca

Na vitrola de repetições

dos meus sentimentos.

Nossa estrutura

e a nossa estufa:

De pedras

Brotando cada dia,

mais pedras!

Voce ainda não entendeu

De que um castelo é feito?

Ao parecer suas pernas trançadas

As minhas coxas,

não te deixam pensar.


Cartas na mesa!

E a vitrola repete Piazzolla.

Os movimentos das mãos

O ensaio repetitivo dos lábios

A quase sinceridade de palavras

Repetem!


O seu vinho tinto

que manchou a toalha

meu café acelerando a toada

e o tempo

Um acordeon em um solo

De cortar qualquer palavra

Congela um par de lágrimas

Lágrimas que neste caso

são águas, que foram pedras

Que foi feito o vinho

A mesma do café.

Um castelo sempre é feito

De cartas, de tempos

Do modo que o vento

Que sopra na nuca

E lambe as pernas

Acabam com os sonhos

(em segundos)

E numa repetida

Melodia de trocas de pernas

Um tango dura mais

Que uma vida

Que uma pedra.


domingo, 15 de maio de 2011

Ênfases



Toda poesia é um sobressalto.

Uma alucinação daqueles

que seguem acordados as 3 da madrugada

de quando elas estão frias

(palavras e madrugadas)

Em um acumulo, uma pontada forte

um violento silencio

Joga-se dentro de um mesmo

Vasculha, limpa, grita e por fim sente.

Os porões escondidos de você

Vira criança, santa, puta, ênfases

Segura lagrimas, solta fumaças

Se sai (de dentro) conectado ao umbigo.

Tão claro como o sol da manha

Como os dias em que palavras

São apenas... comidas!