terça-feira, 30 de setembro de 2008

VIDA QUE SEGUE / COTIDIANO










VIDA QUE SEGUE

Há mais ou menos 1 ano e meio atrás, escrevi uma carta em papel, pra uma figura. O conteúdo da carta, definitivamente não lembro. Acho que de algum modo fiz questão de passar para o papel... para realmente "apagar" da memória.
Mas uma frase daquela carta ficou... fixou: VIDA QUE SEGUE!
Hoje a frase, de alguma maneira, faz mais sentido... por mais dolorido que seja. Há mais ou menos um 1 ano e meio atrás... eu achei que iria morrer. E de alguma maneira... eu morri. Mas a gente renasce. Me sinto um pouco como a lendária Fênix.
E tem 2 dias, que vi Dona Morte (dura, fria e de bronze) de frente.
Mas VIDA QUE SEGUE... com UM a menos... ou com UM a mais.
À parte... da Vida seguir... tenho estado mais próximo de DEUS nos últimos dias. Pode parecer contraditório, afinal postei aqui... "...das minhas discussões com Deus...". Mas sempre tive Fé... e dessa FÉ... que ressurge FÊNIX.





COTIDIANO

Tenho por costume quando levanto da cama, antes de tudo - antes de ir ao banheiro, lavar a cara, escovar os dentes, ou mijar - coloco água pra ferver... e faço meu café amargo.
Daí eu tomo meu café, fumo meu cigarro... e me coloco de volta ao Mundo... e saio da sensação de ainda estar dormindo.
Quando apaguei o cigarro... pensei: VIDA QUE SEGUE!
Lembrei, a caminho do banheiro, de um sonho muito bizarro (que não vem ao caso, mesmo), observei o tempo nublado, me dei conta de tudo que está se passando.
Entrei no banheiro e fiz tudo que descrevi acima – lavei a cara, escovei os dentes, mijei - e também tomei banho. E junto com água fervendo (dessa vez a do chuveiro), chorei. Acho que de algum modo chorar no banho é uma maneira de não fazer a contabilidade das lágrimas.
Enfim... quando sai do banheiro e coloquei a roupa, já sentado na minha cama e tomando a segunda xícara de café, pensei:
_Hoje eu não deveria ter colocado água para ferver!

Fredericco Baggio

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Antes do acerto de contas...


Segue uma série de frases, de poesia, poemas, devaneios... chamem de como quiserem.
Hoje na verdade caiu a ficha da perda fisica. E por horas achei que devia ficar em silencio... mas eu não consigo. Apenas colei... antes do acerto de contas...

Segue



"sempre me sobram horas... para ficar analisando isso (a Vida e a Morte)... pelo menos internamente."

(Fredericco Baggio)

"As vezes, parece que ser forte... me soa... como não ser bom"
(Fredericco Baggio)

 

"Atualmente não sei como contar mais os dias: se é como um dia a mais... ou se um dia a menos"
(Fredericco Baggio)

"Descobri que lido melhor com a Morte do que com a Vida"
(Fredericco Baggio)

"Quando perco as palavras... a poesia... a construção... a linha de raciocínio... é como Deus tivesse me tirado todos os dedos das mãos e dos pés"
(Fredericco Baggio) 

"Tornei-me escravo do tempo e da noticia"
(Fredericco Baggio)

"Dona Morte... tem me dado tapas de mãos abertas bem no meio da minha cara. 
Mais um, dois ou talvez um pouco mais de dias... eu vou acertar as contas com ela.
Mas neste acerto final... não harevá acordos"
(Fredericco Baggio) 

"Sou um pedaço de carne e osso... vivendo na intensidade máxima... entre a Vida e a Morte... mesmo quando elas andam de mãos dadas comigo."
(Fredericco Baggio)

domingo, 28 de setembro de 2008

Dia de Luta(o)


Cinza... cor das nuvens

Preta... a cor das roupas

Uma noite em claro

E a parte mais difícil;

deletar os telefones da minha agenda...


(Fredericco Baggio)

sábado, 27 de setembro de 2008

Jogo de 7 palavras (das sensações que eu (des)conheço... para rimas idiotas.)



Câncer

AIDS

Gripe

Pneumonia

Quimioterapia

Radionestesia

Reflexologia

.

.

.

Câncer

Premonição

Rouquidão

Cigarro

Café

Internet

Poesia

.

.

.

Câncer

Perda de sentidos

Drogas

Êxtase

LSD

GHB

Amanhecer

.

.

.

Câncer

Adeus

melhor Amigo

Solidão

Vergonha

Medo

Santa Hipocrisia

.

.

.

Câncer

Ultra-sonografia

Noticia

Ligação

Delegacia

Salvem a poesia

Anestesia

.

.

.

Câncer

Prisão interna

Inversa

Em versos

Pedaços

Biópsia

Cromoterapia

.

.

.

Câncer

Esperança

Hospital

Dias

Insônia

Computador

Tecnologia

.

.

.

Câncer

AIDS

Anti-viral

Pneumonia

UTI

Choro

Final da linha!

(Fredericco Baggio)


Obs: Hoje ao acabar este post... eu recebi uma ligação... com a noticia de falecimento.
Não dá para falar mais nada.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

...das minhas discussões com Deus...








Eu sempre indaguei sobre Deus, varias coisas. Sobre eu mesmo, sobre o Mundo e até mesmo sobre ELE.

Foram várias discussões. E uma das coisas que mais me deixou intrigado... é que uma vez... em um templo religioso... um sábio escreveu: “DEUS” em um pedaço de papel e riscou a letra “D” e depois a letra “S”. E ficou apenas “EU”... e o sábio não parou de olhar nos meus olhos, mas nunca me explicou o por que daquilo.

E nessa estrada da Vida com a minha religiosidade duvidosa, foram surgindo as discussões em pedaços de papel... em poesias...
Segue;

 

"Eu devia ter falado mais com Deus
sobre meus planos
mas Ele iria rir.
Mas tenho certeza
se contasse
sobre as mentiras
Ele me daria
toda atenção."
(Fredericco Baggio)

"Sempre via meu pai rezando, com as mãos juntas
e uma mão sempre afagando a outra.
Isso pra mim, virou a falta física mais cretina de Deus"
(Fredericco Baggio)

 

"Talvez... tudo seja apenas cenário de Deus.
Mas não posso ser uma simples marionete..."
(Fredericco Baggio)

 

"Eu devia ter pendurado orações nos meus varais.
Assim, talvez, Deus teria parado de soprar e teria lido"
(Fredericco Baggio)

 

“Deus de algum modo sorriu para mim.
Mas nos céus só havia raios e trovões”

(Fredericco Baggio)

 

“ELE (único, onipotente, soberano) me pegou de surpresa e perguntou:

_E o que é que você mudaria, se pudesse voltar ao tempo?

_Absolutamente nada (respondi com um sorriso forçoso e lágrimas nos olhos)

_Mas por que, meu filho?

_Porque provavelmente eu não estaria falando contigo agora.”

(Fredericco Baggio)

 

 

OBS: o fato DELE ter falado comigo... não quer dizer que nunca mais irei discutir com ELE.

 

Fredericco Baggio

 

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

AQUI... eu posso tudo... (menos viver)




Aqui... eu posso ser tudo que quiser. O que minha imaginação mandar... e confesso que minha imaginação... ultrapassa a linha do horizonte.

Isso aqui é a terra de ninguém... a terra do nunca... e pode ser até mesmo a terra prometida.

Você poder ser tudo que sempre sonhou ser... ou tentar ser real.

Aqui... podemos falar que nosso nome é: Pedro, João, Mateus, Francisco, Mario... e se preferir, pode também dizer: Marina, Daniela, Paula, Carolina, Marlene. Quer um sobrenome também? Pelo menos posso parecer mais real: Rodes, Alencar, Moraes, Farias, Oliveira.

Podemos ter a idade que quiser. Posso ter 15 anos, mas parece imaturo de mais. 25 anos... uma idade que a realidade, nos bate na cara de mão aberta. 40 anos, talvez um pouco experiente de mais e aquela figura não ter atração por você. E se acaso a casa cair, podemos encerrar o assunto com uma frase: “Como disse sou mais velho do que te falei, mas não aparento a idade que tenho, pareço mais jovem mesmo, tenho 40 anos.”

Acharemos uma idade mediana, que vai agradar os Gregos e os Troianos.

E daí... nos atiramos nesse mundo... que criamos... com uma realidade que gostaríamos que existisse.

Aqui podemos viajar, roubar fotos de alguém em um pais distante. Caso tenha alguma coisa errada, com a aparência física, meu caro, existem  programas que corrige rugas, orelhas, olheiras e todas as chamadas imperfeições.

Invente uma personalidade, de preferência forte – para impressionar - e passe horas a fio aqui.

Fazendo o que?

Talvez a procura de novo relacionamento, de novos amigos, de novas informações.

Mas não se esqueçam... aqui podemos falar que estamos chorando, enquanto na verdade estamos comendo um chocolate. Podemos escrever: “risos”... quando na verdade, nenhuma emoção facial nos foi dada.

Podemos dizer que somos artistas.

Posso dizer que eu sou Artista Plástico... que eu tenho um cachorro, moro ali ou aqui... que estou de mudança pra outra cidade, até mesmo pra outro país.

Tu acaba virando um artista, realmente. E plástico também. Porque você está se passando por algo que você gostaria de ser ou ter... e não é nada disso.

Aqui podemos fazer sexo... da maneira que queremos, que sonhamos. Podemos nos pendurar em um ventilador de teto e por fim, gozar da maneira que sempre sonhamos.

Aqui podemos falar de Amor, sem nunca ao menos ter vivido uma história. O mais próximo de Amor que conheceu foi o Amor do cachorro, ou da sua mãe.

Aqui ser sincero, é besteira. Ter valores, só aqueles que nos vieram a cabeça nos últimos instantes. Porque aqui a gente pode tudo... a gente só não pode viver a realidade. Nua e crua, como ela realmente é.

Mas o ser humano é louco, é carente e pode ser tudo de pior, quando se trata de uma vida real. Mas nesse paraíso chamado Internet - chat, orkut, blogs, msn, fotolog, sites de relacionamentos, etc – podemos ser SUPER HOMEM!

Aqui, você pode perder um amigo, um amante... e talvez mesmo se perder, depois de um tempo.

A gente tem esquecido de viver... a gente tem esquecido de viver...

E quando falo em viver... eu estou querendo dizer das coisas simples que a Vida nos deu.

Pedir desculpas em alguém que esbarrou na rua, por acidente e poder olhar nos olhos dela, se você não estiver escondido atrás de uns óculos escuro.

Ver um por do sol, por ai com seus amigos de infância ou amigos da escola, do trabalho... falando qualquer merda. Mas dando risada com pessoas reais e ao mesmo tempo tendo um pouco de sensibilidade ao assistir esse espetáculo da natureza.

Sentar na grama do parque, sem preocupação de sujar sua calça.

Enfim... o que me dá uma tristeza profunda... é pensar que estamos esquecendo de viver...

E quando falo disso, é porque eu fui criado em uma cidade do interior do estado de São Paulo, que brincava na rua (quando aquela ainda não era asfaltada, ainda era de terra a rua da casa dos meus pais), que sempre olhei as pessoas nos olhos e nunca tive medo da verdade dita.

Lembro ainda que em casa, meu pai assinava um jornal, que agora podemos ler na internet, e na época sujavamos a mão de tinta para poder ler uma noticia, o horóscopo, ou qualquer coisa assim...

Me lembro dos meus Amigos do interior, que as vezes passávamos horas juntos e em silencio. Não precisava dizer nada, um pr’outro... a companhia bastava.

Me passa tanta coisa na cabeça... mas o que fixou hoje... é que estamos esquecendo de viver... na simplicidade que as coisas são.

E pra ser sincero, se é que isso vale alguma coisa aqui, ando cansado de até mesmo de ser sincero aqui...

Nós estamos esquecendo de viver...

Que pena!

 

 

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

ABISMO


Hoje abri meu blog... e achei tão esquisito de alguma maneira... porque vai ser uma exposição. Uma exposição de mim mesmo... e isso me assusta um bocado... e ao mesmo tempo... me deixa feliz.

De alguma maneira... uma exposição... de cada pessoa, me parece uma grande idéia. De certa forma, as exposições que eu fui... era tentar dar Vida... aquelas pessoas que já não estavam mais ali.

E aqui, talvez, será apenas me apresentar. Como em um palco. Sem muito texto a ser seguido... sem roteiros... sem limites...

O nome, desse blog... deu-se, por causa dessa poesia.... que segue:


Me deparei de frente ao abismo... dos mais alto que eu já vi. E alguns homens que eu conheço... não chegaria nem proximo desse penhasco.Eu? Eu sou maluco. Não pensei duas vezes... fechei os olhos, para ouvir todos os sons e sentir todos os cheiros, sentindo o vento tocando minha pele. Coloquei os dedos dos pés na beirada, como estivessem flutuando no ar e abri os olhos.O que eu fiz? Saltei... dei um impulso forte com as pernas.
Afinal de contas... poucos Homens podem voar, mesmo que por alguns minutos

Fredericco Baggio

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A criação


Depois de tanto escrever... e de tanto ouvir... "Cria um Blog, Fred". 
Meio que criei vergonha na cara e decidi deixar algumas coisas por aqui... vamos ver o que vai acontecer.
Não será uma obrigação... mas pode ser que seja um surto... um Abismo de letras... que se encontram... e talvez até mesmo um silencio mortal... onde não caiba nenhuma palavra... nenhuma letra.
Bom divertimento...