Não enquanto estiver vivo ou sem tamanha intimidade, como a de E. P. (poeta e irmão).
E. P. é um dos raros que não julga... espera quieto o tempo passar... e até mesmo quando sua ansiedade o corroí... ele dá um sorriso.
Puro egoísmo meu, eu até sei disso. Não mostro!
Mas neste caderno azul... me esqueci por completo de metáforas e trocadilhos... o que me fazia esquecer e dizer minhas verdades. Pintei (com palavras) toda raiva, magoa, magia e fúria que já senti.
No caderno azul... eu me confesso... sem pudores. Eu me cresço e nem como. Fumo e choro.
Envelheço cerca de 10 anos nele.
Perco palavras... por influencia da outra língua falada, ouvida e gritada. Me perco e me acho.
No caderno azul... voltei na era da caneta. Uma tentativa até de melhorar a caligrafia ruim.
É quase um diário de palavras nada doces e datas para melhorar a memória. Divide comigo o que não suporto em mim. É meu espelho com capacidade que vai além de qualquer microscópio eletronico... ou qualquer outra tecnologia avançada. É para dentro e do que me lembro, sem nenhuma poesia ainda.
Com ele na frente, sinto culpa até de escrever aqui. Pinto as coisas mais feias e mais belas que já vi, ouvi, vivi. Coloco nele o que está por vir... eu sonho escrevendo!
Ele carrega a carga daquilo que não posso suportar em mim sozinho. Não me olha de revés, não me cobra de nada e, as vezes, o pego me chamando:
_¨Me usa, me usa, me usa¨
Me cobro... para escrever dele... que já uma parte de mim.
3 comentários:
Bom te ver por aqui.
Bejoca
Faz tempo ein... seu caderno azul deve estar cheio da minha ignorancia a seu respeito... hehehehe
Bendita catarse que nos enche os pulmões diariamente não é?! Caderno azul...é, não poderia ser de outra cor, não mesmo.
Bjs!
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